18 de novembro de 2009

Expansão e Colonização Holandesa

Até o final do século XVI, a Holanda era conhecida como Províncias Flamengas e pertencia ao rei Felipe II da Espanha por herança. A política do rei espanhol era muito opressiva e violenta, o que resultou na formação de um movimento de independência, liderado por Guilherme de Orange. Com o reconhecimento de independência, as Províncias Flamengas passaram a se chamar Províncias Unidas do Norte.

Mesmo antes de sua independência, a Holanda desenvolveu-se como um Estado capitalista, com uma burguesia adepta do Calvinismo. Eram parceiros de Portugal na comercialização do açúcar brasileiro, fazendo grandes investimentos nos engenhos de cana de açúcar.

Em 1580, Felipe II da Espanha anexou Portugal com o intuito de fazer da Espanha um Império e disputar o trono de Portugal. A anexação desencadeou na União Ibérica (1580 a 1640). Com a união dos dois países, a Holanda foi prejudicada, pois Felipe II a proibiu de comercializar com suas colônias, inclusive o Brasil.
Isto gerou na Guerra do Açúcar, em que os holandeses conquistaram regiões produtoras de açúcar, como o nordeste brasileiro.

Os holandeses enfraqueceram-se com o Ato de Navegação decretado pelo inglês Oliver Cromwell, que gerou na Guerra de Navegação entre holandeses e ingleses. Os ingleses acabaram conquistando sua hegemonia marítima e os holandeses ficaram com grandes perdas.
Em 1654, os holandeses executaram uma política de cobrança de dívidas no Brasil, o que resultou em sua retirada e produção de açúcar nas Antilhas.

Obs.: A imagem representa o rei Felipe II da Espanha.

Expansão e Colonização Francesa

A expansão marítima francesa é, assim como a inglesa, considerada tardia, devido ao seu envolvimento na Guerra dos Cem Anos. Somente na segunda metade do século XV iniciaram-se as navegações que contribuíram para a formação de um Império Colonial na América. O objetivo da França era encontrar uma rota para a Ásia.
Utilizaram da pirataria contra a frota dos ibéricos (portugueses e espanhóis) ou ataques a vilas da América luso-espanhola para conseguir seus objetivos.

No século XVI começaram as expedições para o Novo Mundo, onde foi explorada a foz do Rio São Lourenço e tentado fundar uma colônia de povoamento na região que ficou conhecida como "França Antártica" (atual Rio de Janeiro).
Logo em seguida iniciaram-se as guerras de religião na França, o que travou as expedições marítimas, sendo retomadas no século XVII com a fundação de Québec, no Canadá. Nesta região desenvolveu-se, em parceria com os indígenas, o comércio de peles. A Companhia de Comércio Nova França recebeu o monopólio do comércio de peles e comprometeu-se a povoar o Canadá.
Com a descoberta dos Grandes Lagos e a foz do rio Mississipi, foi possível chegar a nascente do Mississipi e anexar territórios que posteriormente foram chamados de Lousiana.

No reinado de Luis XIV, o ministro Colbert extinguiu a Companhia Nova França, tornando o Canadá uma província do Império. Criou a Companhia das Índias Ocidentais, que explorou as pequenas Antilhas da América Central, porém, com a ineficiência da companhia o domínio foi passado ao Estado, que produziu tabaco, algodão, açúcar, cacau e madeiras tintoriais nas Antilhas.

O declínio do Império Francês na América iniciou com as constantes e inevitáveis tensões com os ingleses durante a colonização da América do Norte, já que a ocupação francesa limitava a expansão inglesa.
Entre 1756 a 1763, eclodiu a Guerra dos Sete Anos entre França e Inglaterra tanto na América quanto na Europa.
A derrota da França arrecadou no Tratado de Paris, que oficializou sua perda do Canadá, pequenas Antilhas e leste do Rio Mississipi.

29 de outubro de 2009

Absolutismo Francês

No final do século XV e início do século XVI, a Monarquia francesa era uma das mais fortes na Europa. A França já possuía uma grande população e seu território estava em constante expansão.
Os reis franceses se preocupavam em expandir as fronteiras do reino, buscando organizar a corte e o poder central. Em torno deles estavam os conselheiros, príncipes, senhores feudais, bispos e militares, os quais deixavam suas propriedades para viver com o monarca.
A organização do poder real pode ser observada através do Conselho do Rei, órgão de grande importância que se ocupava de solucionar problemas relacionados à política interior e exterior. A maior dificuldade era exercer o poder nas províncias francesas, pois lá existiam diversos obstáculos, como a oposição dos senhores feudais, a liberdade que vinha desde a Idade Média, os privilégios adquiridos aos poucos pelas cidades e vilas e da distância que afastava as regiões, o que aumentava seu isolamento. Apesar disso, a organização progrediu.
A justiça foi melhorada com a criação de dois tribunais chamados Parlamentos, os quais limitavam a justiça dos tribunais feudais e eclesiásticos (do clero).
Em 1516, através da Concordata de Bolonha, o rei Francisco I ganhou o direito de nomear os bispos. A partir de então, o alto clero passa a ser controlado pelo rei.

Em 1520, os protestantes aparecem na França e seu número rapidamente cresce entre os burgueses e nobres contrários ao poder excessivo do rei. A partir de então, surgem várias guerras religiosas, já que a família de Guise, que exercia o poder, liderava o partido católico. Por causa destas guerras, o poder real esfacelou-se.
Com a ascensão do rei Carlos IX, menor de idade, as coisas se complicam. Sua mãe, a rainha Catarina de Médici, teve de conduzir a política equilibrando-se entre católicos e protestantes.
O casamento entre um príncipe da casa de Bourbon com a rainha protestante da casa de Navarra abriu a possibilidade de que o herdeiro, Henrique de Navarra e Bourbon, assumisse o trono. Com medo de uma conspiração, Catarina de Médici convenceu o filho Carlos IX de que os protestantes estavam conspirando contra o poder real.
Em 24 de agosto de 1572 desencandeou um massacre de dois mil protestantes, conhecido como Noite de São Bartolomeu.

Com a ascensão de Henrique III, irmão de Carlos IX, a liga católica de Catarina de Médici e a família de Guise permaneceu no poder. O novo rei mandou matar Henrique de Guise, provocando uma rebelião entre os católicos. Apoiado por Henrique de Navarra e Bourbon, líder protestante, Henrique III tentou reconquistar Paris, mas foi assassinado. Então, Henrique de Navarra e Bourbon assume o poder, mas para isso, precisou renunciar ao protestantismo, afirmando a memorável frase: "Paris bem vale uma missa". Terminando-se a dinastia de Valois e iniciando-se a dinastia dos Bourbon sob o nome de Henrique IV, quem concedeu liberdade religiosa com o Edito de Nantes.

Com a morte de Henrique IV, Luís XIII assume o poder e executa uma política de perseguição a quem colocasse em risco o poder real. Dessa forma atacou os protestantes, tirando-lhes direitos políticos e militares, mantendo apenas a liberdade de culto. Nessa época percurtiu-se na França a ideia de que o rei era o representante de Deus na Terra, estabelecendo-se o caráter divino poder real.

Aos cinco anos de idade, Luís XIV assume o trono. Por ser menor de idade, o cardeal Mazzarino controla a política, mantendo a França uma potência hegemônica na Europa. O cardeal teve de enfrentar conflitos internos, em que a burguesia parisiense e a nobreza lutavam contra sua excessiva centralização política.
Em 1661, Luís XIV assume as funções de rei e ministro. Foi auxiliado por secretários e pelo ministro das finanças, Colbert, que alcançaram o auge do Absolutismo francês. O rei era visto como o herói, protetor das artes, defensor da Igreja Católica, legislador e defensor dos fracos contra os fortes.
Luís XIV estimulou o desenvolvimento da burguesia e transferiu a nobreza para Versalhes, onde foi construído um palácio de extremo luxo. Conhecido como Rei-Sol, pois todos giravam ao seu redor, fortaleceu seu poder central, estimulou as exportações, abriu vias terrestres e fluviais, aumentando a comunicação. Em relação ao exterior, foi muito agressivo com seus vizinhos, pois buscava sua hegemonia.
Seu reinado pode ser resumido em sua afirmação: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu).
Obs.: A primeira imagem representa o Palácio de Versalhes, símbolo do Absolutismo e do luxo francês; a segunda mostra a Noite de São Bartolomeu; e a terceira, o rei Luís XIV.

28 de outubro de 2009

Expansão e Colonização Inglesa

A Inglaterra, juntamente com a França e a Holanda, inseriu-se num processo tardio das navegações, apenas no século XVIII. Diferentemente de Portugal e Espanha, que iniciaram suas grandes navegações no século XV.
De fato, a Inglaterra começou a colonizar o Novo Mundo no século XVII, mas suas terras eram pouco produtivas e pobres em recursos naturais, já que se localizavam em áreas de baixo interesse para o Mercantilismo da época.

Como já visto anteriormente, a Inglaterra perdeu para a França na Guerra dos Cem Anos e logo após passou por uma guerra civil, a Guerra das Duas Rosas, que só finalizou-se com a ascensão da dinastia Tudor, centralizando o poder nas mãos do rei. O Absolutismo, então, se consolidou durante o reinado dos Tudors.
Com a morte de Elizabeth I, a qual não deixou herdeiros, a dinastia dos Stuarts assume o trono e se envolve em vários conflitos com o Parlamento. Por um lado o rei queria manter o Absolutismo e por outro, o Parlamento queria limitar os poderes reais.
Por este motivo estoura a Revolução Inglesa: Puritana e Gloriosa. A qual colocou, definitivamente, a burguesia no poder da Inglaterra. Durante todo este período foi arriscado ficar na Inglaterra, muitos migraram para o outro lado do Atlântico para começar uma nova vida, o que impulsionou a colonização da América.

O processo de colonização inglesa iniciou-se durante o reinado de Elizabeth I, em que intensificaram-se as viagens pela América, onde os corsários realizavam saques e contrabandos. Lembrando que os corsários eram piratas autorizados pela rainha a exercer suas atividades. Em 1585, foi fundada a colônia Virgínia, em homenagem a "Rainha Virgem" (Elizabeth I), mas a experiência foi um fracasso, já que os colonos não resistiram aos ataques indígenas.

Durante o reinado dos Stuarts, a colonização efetivou-se com a criação de Companhias de Comércio, as quais possuíam o monopólio do comércio e da colonização do Novo Mundo.
Em 1620, a região próxima ao Canadá, chamada de Nova Inglaterra, foi efetivamente ocupada com a chegada do navio Mayflower, desembarcando puritanos que fugiam das perseguições político-religiosas.

As colônias passaram a expandir-se e foram divididas em Colônias do Norte, do Sul, e do Centro.
As colônias do centro eram conhecidas como "Terras de Ninguém", pois pertenciam à Coroa inglesa. Para evitar conflitos entre o Norte e o Sul. Como havia a ausência de colonos ingleses, os holandeses decidiram fundar ali a Nova Amsterdã (atual Nova York) e o Forte Orange. Isto gerou um processo de lutas entre holandeses e ingleses, que só finalizou-se com o reconhecimento holandês da hegemonia inglesa.

As colônias inglesas na América possuíam diferenciações econômicas entre si:
As do Norte e do Centro eram colônias de povoamento, caracterizadas pelo clima temperado, pelo desenvolvimento de pequenas e médias propriedades, pela policultura e pelo trabalho livre. Ali desenvolveram-se as indústrias manufatureiras e de peixe salgado, além do extrativismo vegetal. Por não serem tão cobiçadas pela Coroa, possuíam uma relativa liberdade de comercializar seus produtos com as Antilhas e a África, o que propiciou a acumulação de capitais, o desenvolvimento manufatureiro e o fortalecimento de uma burguesia na região.
As do Sul eram colônias de exploração, caracterizadas pelo clima tropical e subtropical, pela existência de grandes propriedades agrícolas (plantation), monocultura e trabalho escravo. Toda a produção era voltada para a Metrópole (Inglaterra).

As colônias norte-americanas possuíam um autogoverno, o que pode explicar o seu desenvolvimento, e tinham tolerância religiosa. Os governadores de cada colônia eram escolhidos pela Coroa, os quais geralmente saíam das elites locais, porém, seu poder era limitado pelas assembleias locais. A Coroa tinha o papel de monopolizar o comércio e criar moedas e leis que impedissem um alto desenvolvimento da indústria e navegação local, para evitar a concorrência entre metrópole e colônias.

22 de outubro de 2009

Revoluções Puritana e Gloriosa

A Revolução Inglesa durou de 1640 até 1688. Foi uma fase que compreendeu a Revolução Puritana, o Protetorado de Cromwell e a Revolução Gloriosa.
Com a morte da rainha Elizabeth I, a dinastia dos Stuarts assume o trono inglês. Os Stuarts entraram em conflito com o Parlamento pois tentaram legalizar o Absolutismo frente ao mesmo. Sabe-se que naquela época, o poder real era exercido de fato desde os Tudors, e o poder de direito pertencia ao Parlamento. Desta forma, o Parlamento busca, a partir de então, exercer o poder de fato.
No século XVI, a burguesia se aliou aos reis, pois necessitava de um poder central para acabar com o poder dos senhores feudais, reformar a Igreja e unificar o sistema de pesos, moedas e medidas. Com a conquista destes objetivos, o poder real já não era mais necessário, portanto a burguesia tentou se livrar do poder absoluto do rei, já que o mesmo criava obstáculos que impediam o seu desenvolvimento, como as leis, os órgãos governamentais e a justiça.

Fatores que levaram à Revolução Inglesa:
- Conflitos entre o Puritanismo, cujos adeptos eram burgueses, e o Anglicanismo, defendido pelo rei.
- Alta dos impostos. Isto ocorreu pois os nobres não conseguiram competir com os burgueses na agricultura, portanto agarraram-se a renda do Estado. A solução encontrada pelo rei foi aumentar os impostos para manter a nobreza.
- Privilégios concedidos pelo rei às corporações de ofício, o que gerava insatisfação da burguesia.
- Investimentos burgueses na agricultura, incluindo a compra e exploração de terras. Para isso, era necessário expulsar os antigos rendeiros da terra, os quais eram protegidos pela nobreza e pelo rei. Portanto, gerou-se mais um conflito entre a realeza e a burguesia.

Revolução Puritana:

Diversos fatores, como já vistos, estimularam o conflito entre o Parlamento e o rei, mas a verdadeira luta começou no reinado de Carlos I, quando o Parlamento impôs que todas as medidas tomadas relacionadas a impostos, prisões, julgamentos e convocações do exército deveriam ser autorizadas pelo Parlamento. O rei não cumpriu esta imposição e logo depois dissolveu o Parlamento e governou sem ele por onze anos.
As posteriores decisões reais levantaram protestos, como a imposição do Anglicanismo aos puritanos e presbiterianos da Escócia, o que gerou imensas revoltas.
Problemas financeiros obrigaram a reabertura do Parlamento por um pequeno período, mas com a revolta separatista na Irlanda e a consequente necessidade da organização de um exército, a reunião parlamentar tornou-se obrigatória a cada três anos, e o rei perdeu o direito de dissolvê-lo.
Oliver Cromwell assumiu o comando do exército parlamentarista. Desenvolveu a organização militar, em que a ascensão de um determinado indivíduo era dada por merecimento e não mais por nascimento. O exército parlamentarista tornou-se uma poderosa força política e acabou assumindo o controle em 1649, quando implantou a República. Mandou decapitar o rei Carlos I e destituiu a Câmara dos Lordes.

Commonwealth:

Em 1649, ocorria, então, a República da Inglaterra, iniciando-se a segunda fase da Revolução Puritana, chamada de Commonwealth. Cromwell venceu Carlos II (filho de Carlos I) e dominou o Império Britânico.
Sua medida mais importante foi o Ato de Navegação, o qual instituía que todos os produtos importados pela Inglaterra só poderiam ser transportados por navios britânicos. A medida provocou um conflito com os Países Baixos, que eram grandes transportadores de mercadorias, e estabeleceu a supremacia inglesa nos mares.
Seu governo foi bastante rígido, o que fez com que o Parlamento tentasse limitar o poder de Cromwell, consequentemente, o Parlamento fora dissolvido e Cromwell pôde se declarar como o protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nascendo o período conhecido como Protetorado de Cromwell.
Com sua morte, o poder é passado ao seu filho Ricardo, mas por ser considerado incapaz, é destituído.

De um lado os burgueses desejavam segurança e de outro, escoceses e irlandeses desejavam a monarquia de volta.
Carlos II, que estava refugiado na Holanda, retorna a Inglaterra e assume o trono, prometendo a anistia geral e tolerância religiosa. Mas nada voltara a ser como antes da República, pois a burguesia tornara-se mais forte que a nobreza, a Igreja Anglicana deixara de ser instrumento das mãos reais e o rei não passava de um funcionário da nação.

Revolução Gloriosa:
Carlos II, sentindo-se muito limitado pelo Parlamento, resolve aliar-se secretamente ao rei católico e absolutista Luis XIV da França. Isto fez com que o Parlamento suspeitasse do rei inglês e impedisse sua interferência política sem autorização parlamentar.
Seu sucessor e irmão Jaime II assume o trono, e como era católico, tomou várias medidas que favoreceram os católicos, gerando uma revolta no Parlamento, o qual chamou Maria Stuart e seu marido Guilherme de Orange para assumir o governo no lugar de Jaime II, que fugiu para a França.

Guilherme de Orange foi proclamado rei quando concordou com a Declaração de Direitos, que limitava seu poder e aumentava o do Parlamento.
A partir de então o poder real se tornava apenas de direito, pois não tinha poder algum sobre o Parlamento, que agora possuía controle sobre o trono e decidia sobre os rumos do Estado.
A Revolução Gloriosa é chamada assim pois não houve derramamento de sangue. Representou a vitória da burguesia, que agora possuía o controle total do Estado. Podendo dissolver todos os obstáculos que a impediam de se desenvolver.

A Inglaterra, depois de então, desenvolveu-se tanto que permaneceu sendo a maior potência mundial até o início do século XX.

Obs.: A primeira imagem é uma gravura representando o momento em que Carlos I é decapitado, tentando preservar a Monarquia absolutista; a segunda mostra o próprio rei Carlos I, da dinastia dos Stuarts; a terceira, o comandante Oliver Cromwell; e a quarta, o rei Guilherme III ou de Orange, indicado pelo Parlamento.

21 de outubro de 2009

Absolutismo Inglês - apogeu

Após a Guerra dos Cem Anos, a Inglaterra passou por uma crise de dinastia, em que duas famílias brigavam pelo trono, envolvendo-se na Guerra das Duas Rosas (1455-1485). O conflito finalizou-se quando Henrique Tudor foi coroado rei, sendo chamado de Henrique VII. O rei tinha apoio popular, já que não se suportava mais as guerras civis. O novo governo buscou fortalecer o poder real, estimular o Mercantilismo e pacificar o reino.
Seu sucessor Henrique VIII continuou a obra. E como já visto, afirmou seu poder criando a Igreja Anglicana e assinando o Ato de Supremacia, que colocava a Igreja sob o poder monárquico, dando-lhe autoridade política e religiosa.

Após sua morte, sobe ao trono seu filho Eduardo VI, mas seu governo foi bastante curto. Por esta razão, sua filha com Catarina de Aragão, Maria Tudor, assume o poder. Ela era muito católica e tentou neutralizar a reforma religiosa feita pelo pai, perseguindo os protestantes. Casou-se com o rei espanhol Felipe II, gerando instabilidade entre os ingleses, já que a Espanha era fortemente católica e, consequentemente, a Igreja Católica influenciaria a Inglaterra. Logo depois, a rainha morre de câncer e o trono é passado a sua irmã bastarda, a nova rainha Isabel I ou Elizabeth I.

Elizabeth I rearfimou o absolutismo e consolidou a Igreja Anglicana, criada pelo pai, com a Lei dos 39 Artigos.

A rainha manteve forte desenvolvimento comercial, pois impulsionou o Mercantilismo, criando companhias de comércio e estimulando a atividade corsária, isto é, pirataria autorizada. Os corsários ingleses geraram conflitos com a Espanha, já que as embarcações espanholas eram saqueadas. Por este motivo e pela Inglaterra ser protestante, Felipe II da Espanha preparou uma forte frota de navios - Invencível Armada - para atacar os ingleses, mas acabou sendo derrotado, tendo milhares de seus navios queimados. Neste momento a Inglaterra garante sua hegemonia comercial no Atlântico.

Intensificou a política de cercamentos, o que prejudicava os pequenos proprietários e camponeses, obrigando-os a migrarem para as cidades. A solução encontrada foi a criação da Lei dos Pobres, em que os pobres eram obrigados a trabalhar em oficinas para abastecer o setor manufatureiro e evitar a marginalidade e o banditismo. A nobreza tradicional e católica teve seu poder reduzido e houve aproximação da burguesia e da nova nobreza.
Durante o reinado de Elizabeth I, pode-se dizer que a Inglaterra passou por uma Era de Ouro, em que houve o início da colonização da América do Norte e o impulso a indústria artesanal. O governo durou de 1558 até 1603, e não deixou descendentes, por isso a rainha foi chamada de a Rainha Virgem.
Com sua morte, seu primo escocês Jaime I assume o trono e inicia a dinastia dos Stuarts, tentando legalizar o absolutismo frente ao parlamento, o que gerou um conflito só finalizado com a Revolução Gloriosa em 1668.
Obs.: A primeira imagem representa a Guerra Anglo-Espanhola, em que a Invencível Armada foi queimada pelos navios ingleses; a segunda mostra a jovem e inexperiente rainha Elizabeth I em sua coroação, a qual levou seu reino a uma Era de Ouro.

20 de outubro de 2009

Ciclo Ocidental - Espanha

Como visto anteriormente, a formação dos Estados Nacionais de Portugal e Espanha estão ligados à Guerra da Reconquista, em que os cristãos expulsaram os mouros da Península Ibérica. Ao longo desta guerra, a península foi sendo dividida em territórios cristãos e mulçumanos, até a expulsão total dos mouros do reino de Granada em 1492.
Antes da unificação espanhola, Portugal já possuía uma forte Monarquia Nacional e lançava-se ao mar.
A Espanha atrasou-se nas navegações em relação a Portugal pois ainda não possuía um Estado forte e centralizado. O que só foi superado em meio à Guerra da Reconquista, com o casamento dos 'reis católicos' Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os quais unificaram os diversos reinos ali existentes sob uma centralização monárquica espanhola. A consolidação do Absolutismo espanhol ocorreu durante o reinado de Carlos I, neto dos 'reis católicos'. Foi em seu governo que a América fora conquistada.

Como os portugueses buscavam o Oriente navegando em sentido oriental, sobrou aos espanhós navegar em sentido ocidental. Cristóvão Colombo defendia a ideia de navegar para o ocidente, mas foi recusado pelo rei D. João II de Portugal, desta forma procurou os 'reis católicos' e conseguiu apoio e financiamento.
Em 1492, Colombo chega a América, abrindo a grande oportunidade de se formar um Império espanhol.
Os portugueses sabendo das descobertas espanholas, tratam de demarcar limites entre os dois.
Em 1493 é proposta a Bula Inter Coetera, que definia uma linha imaginária a 100 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde, as terras a oeste desta linha seriam da Espanha e a leste, de Portugal.
A demarcação não foi aceita pelos portugueses, já que os mesmos ficariam apenas com água do oceano. Então, em 1494, é assinado o Tratado de Tordesilhas, definindo-se que uma linha imaginária a 370 léguas a oeste de Cabo Verde dividiria as terras espanholas do oeste das terras portuguesas do leste.
Na primeira fase de exploração da América, destaca-se a descoberta de Porto Rico, Jamaica, Cuba, a Bacia do rio Mississipi e o rio da Prata. Mas o mais interessante era a descoberta de regiões ricas em metais preciosos.
Com grande poderio bélico, Fernão Cortês dominou o Império Asteca e garantiu o transporte de metais preciosos para a Espanha, mais tarde fora conquistado o Império Inca por Francisco Pizarro, entre outras regiões.
As conquistas militares e religiosas (Companhia de Jesus) desestruturaram toda a organização social dos nativos, e violentamente, a presença europeia fora imposta aos indígenas. O poeta chileno Pablo Neruda fez a seguinte frase que resume este contexto histórico: "A espada, a cruz e a fome dizimaram a família selvagem."
Obs.: A primeira imagem representa o momento em que os mouros, do lado esquerdo, rendem-se aos cristãos, na Guerra de Granada; a segunda mostra o navegador Cristóvão Colombo, o 'descobridor' da América.

19 de outubro de 2009

Ciclo Oriental - Portugal

Antes da formação dos Estados modernos da Espanha e de Portugal, a Península Ibérica fora ocupada por diversos povos que influenciaram a cultura da região. Foram encontrados vestígios de estabelecimentos comerciais dos fenícios; gregos e cartagineses, que disputavam o comércio de metais e peixe salgado; celtas, que ocuparam a região do século VI ao III a.C.. Os romanos dominaram a região, então chamada de Lusitânia, posteriormente, houve invasão dos germânicos. Em 711 d.C., chegaram os árabes ou mouros, que permaneceram ali durante 6 séculos.

Com a realização das Cruzadas cristãs, os mouros foram expulsos da Península Ibérica durante a chamada Guerra da Reconquista. A qual resultou na formação dos reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão, sendo o último, quem originou o Condado Portucalense, que formaria Portugal. A dinastia de Borgonha formou o reino português e posteriormente, com a Revolução de Avis, que promoveu a aliança entre rei e burguesia, formou-se uma Monarquia Nacional forte. Subia ao trono o rei D. João I da dinastia de Avis, quem apoiou os empreendimentos marítimos portugueses que transformariam o mundo ocidental.

Entre os países responsáveis pela expansão marítimo-comercial (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda), Portugal foi o pioneiro. Isto ocorreu devido a situação político-econômica e geográfica de Portugal:
  • Centralização política e formação precoce de uma Monarquia Nacional.

  • Paz interna, após a ascensão de D. João I ao trono.

  • Apoio estatal ao desenvolvimento dos estudos e das artes náuticas.

  • Posição geográfica privilegiada, já que se encontrava na rota Mar Mediterrâneo-Atlântico, atingindo o Mar do Norte e importantes centros comerciais, com portos de alto nível de desenvolvimento.
O objetivo da expansão marítimo-comercial de Portugal era desenvolver um ciclo oriental de navegações e descobertas, visando atingir o Oriente.

As descobertas e conquistas portuguesas iniciaram-se pelo litoral atlântico da África. Conforme conquistavam diversas regiões, foram anexando ilhas do Atlântico, como a ilha da Madeira e os arquipélagos de Açores e Cabo Verde, onde introduziram o cultivo da cana-de-açúcar, a pecuária e a mão-de-obra escrava negra, cujo sistema administrativo era o de capitanias hereditárias. Mais tarde atingiram a região de Angola e criaram vários pontos comerciais, chamados de feitorias, em que eram comercializadas especiarias e o tráfico negreiro.

Em 1488, Bartolomeu Dias alcança o extremo sul africano, o Cabo da Boa Esperança, mas só em 1498, Vasco da Gama chega a costa indiana. Em 1500 é organizada uma grande esquadra militar sob comando de Pedro Álvares Cabral, em tentativa de se formar um Império no Oriente. Nessa viagem o Brasil é descoberto, consolidando a hegemonia portuguesa no Oceano Atlântico.

Posteriormente, D. Afonso de Albuquerque, considerado o formador do Império Português nas Índias, consegue inúmeras vitórias no Oriente, abrangindo a região do Golfo Pérsico até a Indochina e Indonésia. Além de manter relações comerciais com a China e o Japão após a conquista da cidade de Macau.

Em 1530, o comércio português entra em declínio devido à corrupção administrativa, aos gastos militares excessivos e a queda do preço dos produtos orientais. No fim do século XVI, o Império Português ou Lusitano, já dominado pela Espanha, começa a ser invadido por outros povos e no século XVII é arruinado.

Obs.: A primeira imagem representa o mapa da Península Ibérica após a Guerra da Reconquista; e a segunda, o infante D. Henrique, o Navegador, o qual ficou responsável pelos estudos náuticos de Portugal. É atribuído a ele, a transformação da cidade de Sagres em um grande centro de estudos náuticos, conhecida como 'Escola de Sagres'.