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27 de setembro de 2009

Contra-Reforma

A Igreja Católica havia perdido muitos fiéis pela Europa devido aos movimentos protestantistas que ganharam milhares de adeptos.

A reação católica foi tardia. O nobre espanhol, Inácio de Loyola, fundou a Companhia de Jesus, a qual foi oficializada pelo papado posteriormente. Era organizada rigidamente e teve importante papel na busca de novos adeptos pelo mundo, principalmente na América, onde os índios foram brutalmente catequizados.

Em 1545 a 1563, foi organizado o Concílio de Trento, cuja finalidade era:
Reafirmar os dogmas católicos; restaurar a autoridade papal, sendo considerado supremo e infalível na Igreja; moralizar o clero, através da criação de seminários e catecismo; definir os direitos e obrigações dos bispos.

Além disto, a Igreja Católica tomou severas medidas para conter o avanço do protestantismo, restaurando os Tribunais do Santo Ofício, isto é, a volta da Inquisição, onde os que não seguiam a doutrina católica eram julgados. Também foi criado o Index, que censurava todos os livros contrários as ideias católicas.

Obs.: A imagem representa o nobre espanhol Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.

Reformas Calvinista e Anglicana

Reforma Calvinista:
Enquanto o luteranismo crescia na Alemanha, as ideias reformistas, conhecidas como protestantes, entravam na França, apesar de ser fortemente católica.
João Calvino, francês que estudou Teologia, Direito e Humanidades, teve contato com as obras de Lutero, Santo Agostinho e livres estudos da Bíblia. Os católicos entraram em choque com a heresia de Calvino, o qual se refugiou na Suíça.
Calvino, assim como Lutero, acreditava na salvação pela fé. Porém, Calvino acreditava que a fé era uma dádiva divina para apenas os escolhidos ou predestinados, que seriam os eleitos de Deus, diferentemente de Lutero, que acreditava que a fé era um sentimento humano e fruto do livre arbítrio.
Segundo Calvino, nem todos podiam crer, apenas os escolhidos por Deus, os quais seriam aqueles que manifestassem multiplicar os bens materiais recebidos nessa vida, através do acúmulo de capitais e severidade.
Percebe-se, então, que suas ideias justificavam o lucro e outras ideias capitalistas, portanto, Calvino ganhou a aliança dos burgueses. Rapidamente as ideias calvinistas se espalharam por toda Europa. Na França eram chamados de huguenotes, denominação depreciativa dada pelos católicos; na Inglaterra, de puritanos; e na Escócia, de presbiterianos.

Reforma Anglicana:
Durante o período de reformas, a Inglaterra sempre esteve ao lado da Igreja Católica na luta contra os reformadores.
Mas, posteriormente, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, percebeu que uma reforma seria a solução para acabar com a influência do papa e do Sacro Império Romano-Germânico sobre o seu reinado. Sem essas influências políticas, todo o poder concentraria-se em sua Coroa.
Era casado com a espanhola Catarina de Aragão, e tinha medo do seu herdeiro ser influenciado pela Espanha, que era católica. Pediu permissão de divórcio ao papa, a qual foi rejeitada. Portanto ignorou a proibição e se casou com a inglesa Ana Bolena, sendo excomungado do catolicismo.

Rompido as relações entre Inglaterra e Roma, é assinado o Ato de Supremacia, que colocava a Igreja sob responsabilidade do Estado. Todos os bens do clero inglês foram passado aos nobres, nascendo, a partir de então, a Igreja Anglicana, que permitia o divórcio.
Com a morte de Henrique VIII e logo depois a de seu herdeiro, Maria Tudor, filha do casamento com Catarina de Aragão sobe ao trono e tenta reaproximar-se com o catolicismo espanhol, mas logo depois morre. Portanto, a filha bastarda, do casamento com Ana Bolena, Isabel I ou Elizabeth I sobe ao trono e consolida o Anglicanismo na Inglaterra.
Obs.: A primeira imagem representa o reformista João Calvino; a segunda representa o rei Henrique VIII, o criador do Anglicanismo; e a terceira mostra a imponente rainha Elizabeth I, que levou uma Era de Ouro para os ingleses.

Reforma Luterana

Deve-se entender o contexto histórico que propiciou o surgimento da Reforma Luterana antes de abordá-la:

Estamos no século XVI, marcado por mudanças drásticas na sociedade. As Grandes Navegações propiciaram um comércio intercontinental, já que este apenas ocorria no Mediterrâneo. Metais preciosos provenientes da América enriqueciam a burguesia, que viu seu poder aumentar junto com o da Monarquia Nacional, já que o rei colocava os burgueses a sua frente para conseguir poderes econômicos e a burguesia desfutava de poderes políticos ao lado do rei. O próprio Estado torna-se o comerciante com a cooperação entre a burguesia e a monarquia, já a nobreza vivia ociosa e inútil sem o seu poderio feudal.
O surgimento de novas ideias e pensamentos como o Humanismo, questionaram o poder das antigas instituições feudais sobreviventes, principalmente, a Igreja Católica.

O desenvolvimento comercial acelerou a vida urbana e o descontentamento frente à riqueza da Igreja e sua indiferença sobre o crescimento da pobreza. O surgimento de universidades, financiadas pela burguesia, impulsionou o surgimento das ideias humanistas, que criticavam os dogmas e rituais católicos.

John Wycliff, professor da Universidade de Oxford, foi um precursor da Reforma a fazer uma série de ataques a Igreja, denunciando sua imoralidade, seu poder, a venda de indulgências, isto é, de perdão, e as propriedades do clero, que impulsionavam as revoltas camponesas. Estas ideias se espalharam pela Europa através de seus seguidores, como Johan Huss, que associou estas ideias a independência da Boêmia (Alemanha) em relação ao católico Sacro Império Romano-Germânico.
Além destes, Erasmo de Rotterdam publicou a obra "Elogio da Loucura", que criticava duramente a vida luxuosa do clero.

Todas estas críticas revelaram a urgente necessidade de uma profunda reforma religiosa.

A Alemanha daquela época era dividia em vários principados, não ocorrendo um poder centralizado. A Igreja Católica tinha grande controle sobre a maioria das propriedades e cobrava altos impostos, provocando o descontentamento da população. Com o desenvolvimento capitalista na região, surgiu a poderosa classe dos banqueiros, que desejava juntamente com os grandes comerciantes, a independência de cidades controladas pelo clero. Os príncipes interessavam em aumentar seus territórios e seus poderes políticos, e os camponeses queriam se livrar dos altos impostos. Todos estes interesses eram contrários ao poder da Igreja, que estava cada vez mais sendo questionado.

Finalmente chegamos a Reforma Luterana:
Martinho Lutero foi um teólogo que ensinava numa universidade, onde começou a transmitir sua doutrina. O papa Leão X queria finalizar as obras da Basílica de São Pedro, portanto autorizou a venda de indulgências na Alemanha. Isto revoltou Lutero, que imediatamente fixou na porta da catedral as 95 Teses, protestando contra os abusos do clero e os poderes eclesiásticos.
Suas propostas afirmavam que a salvação dependia da fé, independentemente das obras de caridade. Suas teorias atingiram os principais dogmas católicos!
Posteriormente, criou novos escritos e ganhou vários adeptos. Através de suas críticas e afirmações, foi excomungado pelo papa. Mais tarde traduziu a Bíblia para o alemão, para que os alemães pudessem lê-la.

Os fundamentos da doutrina luterana foram expostos na Confissão de Augsburgo em 1530 por um discípulo de Lutero, estabelecendo, então, as bases do luteranismo, como a salvação pela fé e a simplicidade no culto religioso.

Obs.: A imagem representa o reformador Martinho Lutero.