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18 de novembro de 2009

Expansão e Colonização Holandesa

Até o final do século XVI, a Holanda era conhecida como Províncias Flamengas e pertencia ao rei Felipe II da Espanha por herança. A política do rei espanhol era muito opressiva e violenta, o que resultou na formação de um movimento de independência, liderado por Guilherme de Orange. Com o reconhecimento de independência, as Províncias Flamengas passaram a se chamar Províncias Unidas do Norte.

Mesmo antes de sua independência, a Holanda desenvolveu-se como um Estado capitalista, com uma burguesia adepta do Calvinismo. Eram parceiros de Portugal na comercialização do açúcar brasileiro, fazendo grandes investimentos nos engenhos de cana de açúcar.

Em 1580, Felipe II da Espanha anexou Portugal com o intuito de fazer da Espanha um Império e disputar o trono de Portugal. A anexação desencadeou na União Ibérica (1580 a 1640). Com a união dos dois países, a Holanda foi prejudicada, pois Felipe II a proibiu de comercializar com suas colônias, inclusive o Brasil.
Isto gerou na Guerra do Açúcar, em que os holandeses conquistaram regiões produtoras de açúcar, como o nordeste brasileiro.

Os holandeses enfraqueceram-se com o Ato de Navegação decretado pelo inglês Oliver Cromwell, que gerou na Guerra de Navegação entre holandeses e ingleses. Os ingleses acabaram conquistando sua hegemonia marítima e os holandeses ficaram com grandes perdas.
Em 1654, os holandeses executaram uma política de cobrança de dívidas no Brasil, o que resultou em sua retirada e produção de açúcar nas Antilhas.

Obs.: A imagem representa o rei Felipe II da Espanha.

Expansão e Colonização Francesa

A expansão marítima francesa é, assim como a inglesa, considerada tardia, devido ao seu envolvimento na Guerra dos Cem Anos. Somente na segunda metade do século XV iniciaram-se as navegações que contribuíram para a formação de um Império Colonial na América. O objetivo da França era encontrar uma rota para a Ásia.
Utilizaram da pirataria contra a frota dos ibéricos (portugueses e espanhóis) ou ataques a vilas da América luso-espanhola para conseguir seus objetivos.

No século XVI começaram as expedições para o Novo Mundo, onde foi explorada a foz do Rio São Lourenço e tentado fundar uma colônia de povoamento na região que ficou conhecida como "França Antártica" (atual Rio de Janeiro).
Logo em seguida iniciaram-se as guerras de religião na França, o que travou as expedições marítimas, sendo retomadas no século XVII com a fundação de Québec, no Canadá. Nesta região desenvolveu-se, em parceria com os indígenas, o comércio de peles. A Companhia de Comércio Nova França recebeu o monopólio do comércio de peles e comprometeu-se a povoar o Canadá.
Com a descoberta dos Grandes Lagos e a foz do rio Mississipi, foi possível chegar a nascente do Mississipi e anexar territórios que posteriormente foram chamados de Lousiana.

No reinado de Luis XIV, o ministro Colbert extinguiu a Companhia Nova França, tornando o Canadá uma província do Império. Criou a Companhia das Índias Ocidentais, que explorou as pequenas Antilhas da América Central, porém, com a ineficiência da companhia o domínio foi passado ao Estado, que produziu tabaco, algodão, açúcar, cacau e madeiras tintoriais nas Antilhas.

O declínio do Império Francês na América iniciou com as constantes e inevitáveis tensões com os ingleses durante a colonização da América do Norte, já que a ocupação francesa limitava a expansão inglesa.
Entre 1756 a 1763, eclodiu a Guerra dos Sete Anos entre França e Inglaterra tanto na América quanto na Europa.
A derrota da França arrecadou no Tratado de Paris, que oficializou sua perda do Canadá, pequenas Antilhas e leste do Rio Mississipi.

28 de outubro de 2009

Expansão e Colonização Inglesa

A Inglaterra, juntamente com a França e a Holanda, inseriu-se num processo tardio das navegações, apenas no século XVIII. Diferentemente de Portugal e Espanha, que iniciaram suas grandes navegações no século XV.
De fato, a Inglaterra começou a colonizar o Novo Mundo no século XVII, mas suas terras eram pouco produtivas e pobres em recursos naturais, já que se localizavam em áreas de baixo interesse para o Mercantilismo da época.

Como já visto anteriormente, a Inglaterra perdeu para a França na Guerra dos Cem Anos e logo após passou por uma guerra civil, a Guerra das Duas Rosas, que só finalizou-se com a ascensão da dinastia Tudor, centralizando o poder nas mãos do rei. O Absolutismo, então, se consolidou durante o reinado dos Tudors.
Com a morte de Elizabeth I, a qual não deixou herdeiros, a dinastia dos Stuarts assume o trono e se envolve em vários conflitos com o Parlamento. Por um lado o rei queria manter o Absolutismo e por outro, o Parlamento queria limitar os poderes reais.
Por este motivo estoura a Revolução Inglesa: Puritana e Gloriosa. A qual colocou, definitivamente, a burguesia no poder da Inglaterra. Durante todo este período foi arriscado ficar na Inglaterra, muitos migraram para o outro lado do Atlântico para começar uma nova vida, o que impulsionou a colonização da América.

O processo de colonização inglesa iniciou-se durante o reinado de Elizabeth I, em que intensificaram-se as viagens pela América, onde os corsários realizavam saques e contrabandos. Lembrando que os corsários eram piratas autorizados pela rainha a exercer suas atividades. Em 1585, foi fundada a colônia Virgínia, em homenagem a "Rainha Virgem" (Elizabeth I), mas a experiência foi um fracasso, já que os colonos não resistiram aos ataques indígenas.

Durante o reinado dos Stuarts, a colonização efetivou-se com a criação de Companhias de Comércio, as quais possuíam o monopólio do comércio e da colonização do Novo Mundo.
Em 1620, a região próxima ao Canadá, chamada de Nova Inglaterra, foi efetivamente ocupada com a chegada do navio Mayflower, desembarcando puritanos que fugiam das perseguições político-religiosas.

As colônias passaram a expandir-se e foram divididas em Colônias do Norte, do Sul, e do Centro.
As colônias do centro eram conhecidas como "Terras de Ninguém", pois pertenciam à Coroa inglesa. Para evitar conflitos entre o Norte e o Sul. Como havia a ausência de colonos ingleses, os holandeses decidiram fundar ali a Nova Amsterdã (atual Nova York) e o Forte Orange. Isto gerou um processo de lutas entre holandeses e ingleses, que só finalizou-se com o reconhecimento holandês da hegemonia inglesa.

As colônias inglesas na América possuíam diferenciações econômicas entre si:
As do Norte e do Centro eram colônias de povoamento, caracterizadas pelo clima temperado, pelo desenvolvimento de pequenas e médias propriedades, pela policultura e pelo trabalho livre. Ali desenvolveram-se as indústrias manufatureiras e de peixe salgado, além do extrativismo vegetal. Por não serem tão cobiçadas pela Coroa, possuíam uma relativa liberdade de comercializar seus produtos com as Antilhas e a África, o que propiciou a acumulação de capitais, o desenvolvimento manufatureiro e o fortalecimento de uma burguesia na região.
As do Sul eram colônias de exploração, caracterizadas pelo clima tropical e subtropical, pela existência de grandes propriedades agrícolas (plantation), monocultura e trabalho escravo. Toda a produção era voltada para a Metrópole (Inglaterra).

As colônias norte-americanas possuíam um autogoverno, o que pode explicar o seu desenvolvimento, e tinham tolerância religiosa. Os governadores de cada colônia eram escolhidos pela Coroa, os quais geralmente saíam das elites locais, porém, seu poder era limitado pelas assembleias locais. A Coroa tinha o papel de monopolizar o comércio e criar moedas e leis que impedissem um alto desenvolvimento da indústria e navegação local, para evitar a concorrência entre metrópole e colônias.

20 de outubro de 2009

Ciclo Ocidental - Espanha

Como visto anteriormente, a formação dos Estados Nacionais de Portugal e Espanha estão ligados à Guerra da Reconquista, em que os cristãos expulsaram os mouros da Península Ibérica. Ao longo desta guerra, a península foi sendo dividida em territórios cristãos e mulçumanos, até a expulsão total dos mouros do reino de Granada em 1492.
Antes da unificação espanhola, Portugal já possuía uma forte Monarquia Nacional e lançava-se ao mar.
A Espanha atrasou-se nas navegações em relação a Portugal pois ainda não possuía um Estado forte e centralizado. O que só foi superado em meio à Guerra da Reconquista, com o casamento dos 'reis católicos' Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os quais unificaram os diversos reinos ali existentes sob uma centralização monárquica espanhola. A consolidação do Absolutismo espanhol ocorreu durante o reinado de Carlos I, neto dos 'reis católicos'. Foi em seu governo que a América fora conquistada.

Como os portugueses buscavam o Oriente navegando em sentido oriental, sobrou aos espanhós navegar em sentido ocidental. Cristóvão Colombo defendia a ideia de navegar para o ocidente, mas foi recusado pelo rei D. João II de Portugal, desta forma procurou os 'reis católicos' e conseguiu apoio e financiamento.
Em 1492, Colombo chega a América, abrindo a grande oportunidade de se formar um Império espanhol.
Os portugueses sabendo das descobertas espanholas, tratam de demarcar limites entre os dois.
Em 1493 é proposta a Bula Inter Coetera, que definia uma linha imaginária a 100 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde, as terras a oeste desta linha seriam da Espanha e a leste, de Portugal.
A demarcação não foi aceita pelos portugueses, já que os mesmos ficariam apenas com água do oceano. Então, em 1494, é assinado o Tratado de Tordesilhas, definindo-se que uma linha imaginária a 370 léguas a oeste de Cabo Verde dividiria as terras espanholas do oeste das terras portuguesas do leste.
Na primeira fase de exploração da América, destaca-se a descoberta de Porto Rico, Jamaica, Cuba, a Bacia do rio Mississipi e o rio da Prata. Mas o mais interessante era a descoberta de regiões ricas em metais preciosos.
Com grande poderio bélico, Fernão Cortês dominou o Império Asteca e garantiu o transporte de metais preciosos para a Espanha, mais tarde fora conquistado o Império Inca por Francisco Pizarro, entre outras regiões.
As conquistas militares e religiosas (Companhia de Jesus) desestruturaram toda a organização social dos nativos, e violentamente, a presença europeia fora imposta aos indígenas. O poeta chileno Pablo Neruda fez a seguinte frase que resume este contexto histórico: "A espada, a cruz e a fome dizimaram a família selvagem."
Obs.: A primeira imagem representa o momento em que os mouros, do lado esquerdo, rendem-se aos cristãos, na Guerra de Granada; a segunda mostra o navegador Cristóvão Colombo, o 'descobridor' da América.

19 de outubro de 2009

Ciclo Oriental - Portugal

Antes da formação dos Estados modernos da Espanha e de Portugal, a Península Ibérica fora ocupada por diversos povos que influenciaram a cultura da região. Foram encontrados vestígios de estabelecimentos comerciais dos fenícios; gregos e cartagineses, que disputavam o comércio de metais e peixe salgado; celtas, que ocuparam a região do século VI ao III a.C.. Os romanos dominaram a região, então chamada de Lusitânia, posteriormente, houve invasão dos germânicos. Em 711 d.C., chegaram os árabes ou mouros, que permaneceram ali durante 6 séculos.

Com a realização das Cruzadas cristãs, os mouros foram expulsos da Península Ibérica durante a chamada Guerra da Reconquista. A qual resultou na formação dos reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão, sendo o último, quem originou o Condado Portucalense, que formaria Portugal. A dinastia de Borgonha formou o reino português e posteriormente, com a Revolução de Avis, que promoveu a aliança entre rei e burguesia, formou-se uma Monarquia Nacional forte. Subia ao trono o rei D. João I da dinastia de Avis, quem apoiou os empreendimentos marítimos portugueses que transformariam o mundo ocidental.

Entre os países responsáveis pela expansão marítimo-comercial (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda), Portugal foi o pioneiro. Isto ocorreu devido a situação político-econômica e geográfica de Portugal:
  • Centralização política e formação precoce de uma Monarquia Nacional.

  • Paz interna, após a ascensão de D. João I ao trono.

  • Apoio estatal ao desenvolvimento dos estudos e das artes náuticas.

  • Posição geográfica privilegiada, já que se encontrava na rota Mar Mediterrâneo-Atlântico, atingindo o Mar do Norte e importantes centros comerciais, com portos de alto nível de desenvolvimento.
O objetivo da expansão marítimo-comercial de Portugal era desenvolver um ciclo oriental de navegações e descobertas, visando atingir o Oriente.

As descobertas e conquistas portuguesas iniciaram-se pelo litoral atlântico da África. Conforme conquistavam diversas regiões, foram anexando ilhas do Atlântico, como a ilha da Madeira e os arquipélagos de Açores e Cabo Verde, onde introduziram o cultivo da cana-de-açúcar, a pecuária e a mão-de-obra escrava negra, cujo sistema administrativo era o de capitanias hereditárias. Mais tarde atingiram a região de Angola e criaram vários pontos comerciais, chamados de feitorias, em que eram comercializadas especiarias e o tráfico negreiro.

Em 1488, Bartolomeu Dias alcança o extremo sul africano, o Cabo da Boa Esperança, mas só em 1498, Vasco da Gama chega a costa indiana. Em 1500 é organizada uma grande esquadra militar sob comando de Pedro Álvares Cabral, em tentativa de se formar um Império no Oriente. Nessa viagem o Brasil é descoberto, consolidando a hegemonia portuguesa no Oceano Atlântico.

Posteriormente, D. Afonso de Albuquerque, considerado o formador do Império Português nas Índias, consegue inúmeras vitórias no Oriente, abrangindo a região do Golfo Pérsico até a Indochina e Indonésia. Além de manter relações comerciais com a China e o Japão após a conquista da cidade de Macau.

Em 1530, o comércio português entra em declínio devido à corrupção administrativa, aos gastos militares excessivos e a queda do preço dos produtos orientais. No fim do século XVI, o Império Português ou Lusitano, já dominado pela Espanha, começa a ser invadido por outros povos e no século XVII é arruinado.

Obs.: A primeira imagem representa o mapa da Península Ibérica após a Guerra da Reconquista; e a segunda, o infante D. Henrique, o Navegador, o qual ficou responsável pelos estudos náuticos de Portugal. É atribuído a ele, a transformação da cidade de Sagres em um grande centro de estudos náuticos, conhecida como 'Escola de Sagres'.

15 de outubro de 2009

Os Tipos de Mercantilismo

O Mercantilismo, que durou até o século XVII, está ligado a formação das Monarquias Nacionais europeias, e é considerado a política econômica do capitalismo comercial do Estado moderno. Como já dito, os burgueses foram essenciais no fortalecimento do Estado, devido suas contribuições financeiras.
As Grandes Navegações, instrumento básico do Mercantilismo, foram responsáveis pela descoberta de novas terras. E sua principal consequência foi a descoberta de metais preciosos como ouro e prata pelos espanhóis, nas minas do México, Peru e Bolívia, causando grande transporte de produtos preciosos por toda a Europa. Estima-se que entre 1521 e 1600 foram transportadas da América , pelos espanhóis, mais de 18.000 toneladas de prata e 200 toneladas de ouro. Apesar de rigorosas proibições de seus reis, a prata e ouro dos espanhóis se espalharam pela Europa Ocidental.

O aumento excessivo da circulação de metais preciosos gerou desordens monetárias que levaram a inflação, e, posteriormente, a Revolução dos Preços, que foi a alta dos preços e salários. A prática mercantilista utilizada pelos espanhóis foi chamada de metalismo ou bulionismo, que caracterizou-se pelo acúmulo de metais preciosos.

A França possuía um chefe do ministério para controlar sua economia, chamado de Jean-Baptiste Colbert.
Colbert via grande importância no Mercantilismo e valorizava muito a exploração de metais preciosos, os quais, segundo ele, eram a essência da riqueza de um Estado. Por isso, proibiu a exportação de metais, desenvolveu a navegação, aumentou as colônias francesas e criou várias companhias de comércio.
A atividade comercial dos francesese era baseado na exportação de artigos de luxo e produtos agrícolas. A prática mercantilista utilizada pelos franceses foi chamada de colbertismo.

Apesar do desenvolvimento da indústria nacional, a contratação de mão-de-obra especializada e os subsídios dado as empresas, foi inevitável o encarecimento dos produtos industriais, devido às guerras realizadas pelo Rei-Sol. Porém, subsitiu na França uma marinha renovada, uma legislação comercial atualizada e uma moderna e próspera tecelagem.

O Mercantilismo inglês só se desenvolveu, profundamente, no século XVII. Utilizando-se de seu pretexto religioso, a Inglaterra protestante fez ofensivas mercantis nas campanhas contra Espanha e França, que eram católicas.

Possuíam uma poderosa marinha mercante e de guerra, e através da contratação dos serviços piratas, os quais eram realizados pelos corsários, a Inglaterra aumentou sua riqueza. Com os Atos de Navegação, os ingleses tinham o objetivo de anular a supremacia holandesa no comércio de mercadorias e conquistar essa hegemonia para eles próprios. Isto estimulou a indústria, principalmente a têxtil.
Assim, a prática mercantilista utilizada pelos ingleses foi chamada de comercial e, posteriormente, de industrial.
Os Países Baixos (Holanda e Bélgica) possuíam a mais antiga atividade comercial e de indústria têxtil, o que aumentou ainda mais com a chegada de judeus portugueses e espanhóis convertidos ao cristianismo. Os flamengos, isto é, originados de Flandres, atual Holanda e Bélgica, criaram as Companhias de Navegação, as quais se aproximaram do comércio oriental das especiarias. As companhias eram financiadas pelo Estado e pelo banco de Amsterdã.
A primeira foi a Companhia das Índias Ocidentais, que influenciou na criação de várias outras, principalmente na Inglaterra. Havia a defesa da liberdade de fabricação e de comércio e um interesse maior pelo comércio internacional do que pela produção nacional. Dessa forma, a prática mercantilista dos flamengos foi chamada de industrial e comercial (misto).
O Mercantilismo estava a serviço do poder estatal, o qual era muito rigoroso, dessa forma, surge no século XVIII a ideia do Liberalismo, que propunha maior liberdade comercial e extinção do intervencionismo do Estado.
Obs.: A primeira imagem representa um navio da época mercantilista; a segunda, o ministro da economia francesa Colbert; e a terceira, um corsário ou pirata.

Mercantilismo

Após a crise do século XIV (Guerra dos Cem Anos, Peste Negra e Fome), surge a crise do desenvolvimento no século XV. A crise do desenvolvimento foi marcada pela necessidade de expandir e restaurar os campos destruídos na guerra e aperfeiçoar ou criar novas técnicas, para atender a sociedade urbana renovada.
As técnicas agrícolas aperfeiçoaram-se, buscando maiores lucros no crescente mercado; surgiu a modernização na produção têxtil com a invenção da roda de fiar; substituição da força humana pela força hidráulica, desenvolvendo a metalurgia; desenvolvimento de técnicas comerciais com a fabricação de novos tipos de navios.

As arcaicas estruturas das corporações de ofício não conseguiram acompanhar o crescimento, surgindo, então, novas empresas.
A nova organização capitalista atingira todas as classes urbanas, houve grande difusão das práticas bancárias por toda Europa. Mas no decorrer do século XV e XVI, a maior retomada do capitalismo foi a expansão marítima, que propiciou a descoberta de novas rotas e novas terras. Os mercadores espanhóis e portugueses foram grande contribuintes para a Revolução Comercial, os quais tentatavam participar no lucrativo comércio de especiarias e superar o monopólio exercido pelas cidades italianas. Após o período de exploração comercial no Oriente, Portugal volta-se para a exploração agrícola no Brasil e a Espanha para a exploração de minas de ouro e prata no México e Peru.

O Mercantilismo foi, então, o nome dado ao sistema econômico capitalista daquela época na Europa.
Seus princípios básicos foram o intervencionismo econômico, em que o Estado absolutista intervinha diretamente no comércio; a necessidade de manter a balança comercial favorável, isto é, o equilíbrio entre as importações e exportações para evitar o extravasamento monetário, o que causaria crise na produção; o protecionismo gerado pela intervenção do Estado, que criou diversas restrições no mercado, como a proibição da importação de produtos que concorressem internamente, exportação de matéria prima que estimulasse a indústria em outros países, estímulo a natalidade para o aumento da mão-de-obra, e; o monopólio, que era o direito dado pelo rei a um determinado grupo, de controlar o comércio de um tipo de produto.

O sistema colonial foi outra característica do Mercantilismo. As colônias enriqueciam a burguesia através do Estado, seguindo o ideal do monopólio e protecionismo. Ocorria o chamado Pacto Colonial, isto é, a colônia era subordinada a metrópole, a qual a dominava. A colônia fornecia matéria prima por preços baixos para sua metrópole e a metrópole vendia produtos manufaturados em suas colônias.

Surgiu o tráfico negreiro, com o objetivo de aumentar as vantagens na produção, isto enriqueceu a burguesia e foi fundamental no processo de acumulação de capitais na metrópole.
Um grande exemplo foi a relação entre Brasil e Portugal, e América Espanhola e Espanha.
Obs.: A primeira imagem representam moedas, que fizeram o metalismo, isto é, a acumulação de moedas no Estado, que enriqueceram a burguesia; a segunda mostra alguns exemplos das novas embarcações desenvolvidas no período mercantilista; e a terceira, o tráfico negreiro, que sequestrava os negros africanos e o levavam para trabalhar forçadamente nas colônias europeias.