25 de agosto de 2009

A Igreja Medieval


A única instituição sobrevivente da queda do Império Romano foi a Igreja Católica, a qual se distanciou muito de seus princípios durante a Idade Média.

Pode-se dizer que ela foneceu as bases teóricas para o funcionamento do feudalismo, tais como a razão da divisão social em camadas e da obediência ao senhor feudal, já que era dito que se você estivesse obedecendo ao seu senhor, você estaria obedecendo a Deus. Era, na verdade, um jogo de interesses da Igreja, já que a mesma sairia sempre beneficiada no final, porque ganhava doações diversas dos senhores feudais.
A Igreja Medieval foi uma grande proprietária de terras, considerada o maior senhor feudal da história.

Havia uma hierarquização em sua estrutura, que era dividida em alto clero e baixo clero: o alto clero era representado por bispos e abades, ou seja, os oriundos da nobreza; e o baixo clero por padres e monges, ou seja, os oriundos de camadas inferiores.

O interesse por riquezas dividiu o clero entre os elementos que tinham interesse em terras e poderes, os quais se afastavam dos ensinamentos de Cristo, que ficaram conhecidos como clero secular; e os que estavam em oposição, conhecidos como clero regular, formado por monges que viviam isolados em mosteiros, pregando um estilo de vida baseado no voto de pobreza, obediência e castidade.

Ocorreram algumas revoltas em mosteiros, como a de Cluny e Cister, em que era exigido o fim da interferência dos senhores feudais na escolha dos abades, que eram os superiores do mosteiro. A partir desses movimentos, surge a figura dos frades, um tipo de monge, mas ao invés de viverem enclausurados, viviam pregando a bondade, a pobreza e o ensino, dizendo que o objetivo da religião era buscar uma sociedade justa. Francisco de Assis foi quem melhor desenvolveu esta nova ordem.
* Percebe-se, então, que nem todos eram gananciosos na Igreja Medieval.


Neste mesmo período, o papa Nicolau II criou o Colégio dos Cardeais, com a finalidade de extinguir o cesaropapismo, isto é, a Igreja subordinada ao Estado.
Em 1073, o primeiro papa escolhida pelo Colégio dos Cardeais foi Gregório VII, o qual tomou diversas medidas proibitivas, como a investidura leiga, que é a nomeação de papas e bispos pelo imperador, exigindo sua vassalagem; o nicolaísmo, que é a vida irregular do clero, como o matrimônio e a vida mundana; e a simonia, ou seja, a venda de cargos eclesiásticos para autoridades leigas.

O imperador Henrique IV do Sacro Império Romano-Germânico discordou da proibição da investidura leiga, e acabou excomungado. O imperador teve, então, de se humilhar e pedir perdão ao papa.
Posteriormente, levou seu exércio para destituir o papa e indicou um novo, Clemente III. O conflito só acabou anos depois com uma assembleia, reunindo príncipes e o clero, onde decidiu-se que os bispos seriam vassalos dos reis.

Obs.: A primeira imagem representa um mosteiro medieval; a segunda, a obra "Sermão aos pássaros" de Giotto, representando São Francisco de Assis em contato com os animais; e por último, uma figura do papa Nicolau II, o criador do Colégio dos Cardeais.

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