27 de setembro de 2009

Reforma Luterana

Deve-se entender o contexto histórico que propiciou o surgimento da Reforma Luterana antes de abordá-la:

Estamos no século XVI, marcado por mudanças drásticas na sociedade. As Grandes Navegações propiciaram um comércio intercontinental, já que este apenas ocorria no Mediterrâneo. Metais preciosos provenientes da América enriqueciam a burguesia, que viu seu poder aumentar junto com o da Monarquia Nacional, já que o rei colocava os burgueses a sua frente para conseguir poderes econômicos e a burguesia desfutava de poderes políticos ao lado do rei. O próprio Estado torna-se o comerciante com a cooperação entre a burguesia e a monarquia, já a nobreza vivia ociosa e inútil sem o seu poderio feudal.
O surgimento de novas ideias e pensamentos como o Humanismo, questionaram o poder das antigas instituições feudais sobreviventes, principalmente, a Igreja Católica.

O desenvolvimento comercial acelerou a vida urbana e o descontentamento frente à riqueza da Igreja e sua indiferença sobre o crescimento da pobreza. O surgimento de universidades, financiadas pela burguesia, impulsionou o surgimento das ideias humanistas, que criticavam os dogmas e rituais católicos.

John Wycliff, professor da Universidade de Oxford, foi um precursor da Reforma a fazer uma série de ataques a Igreja, denunciando sua imoralidade, seu poder, a venda de indulgências, isto é, de perdão, e as propriedades do clero, que impulsionavam as revoltas camponesas. Estas ideias se espalharam pela Europa através de seus seguidores, como Johan Huss, que associou estas ideias a independência da Boêmia (Alemanha) em relação ao católico Sacro Império Romano-Germânico.
Além destes, Erasmo de Rotterdam publicou a obra "Elogio da Loucura", que criticava duramente a vida luxuosa do clero.

Todas estas críticas revelaram a urgente necessidade de uma profunda reforma religiosa.

A Alemanha daquela época era dividia em vários principados, não ocorrendo um poder centralizado. A Igreja Católica tinha grande controle sobre a maioria das propriedades e cobrava altos impostos, provocando o descontentamento da população. Com o desenvolvimento capitalista na região, surgiu a poderosa classe dos banqueiros, que desejava juntamente com os grandes comerciantes, a independência de cidades controladas pelo clero. Os príncipes interessavam em aumentar seus territórios e seus poderes políticos, e os camponeses queriam se livrar dos altos impostos. Todos estes interesses eram contrários ao poder da Igreja, que estava cada vez mais sendo questionado.

Finalmente chegamos a Reforma Luterana:
Martinho Lutero foi um teólogo que ensinava numa universidade, onde começou a transmitir sua doutrina. O papa Leão X queria finalizar as obras da Basílica de São Pedro, portanto autorizou a venda de indulgências na Alemanha. Isto revoltou Lutero, que imediatamente fixou na porta da catedral as 95 Teses, protestando contra os abusos do clero e os poderes eclesiásticos.
Suas propostas afirmavam que a salvação dependia da fé, independentemente das obras de caridade. Suas teorias atingiram os principais dogmas católicos!
Posteriormente, criou novos escritos e ganhou vários adeptos. Através de suas críticas e afirmações, foi excomungado pelo papa. Mais tarde traduziu a Bíblia para o alemão, para que os alemães pudessem lê-la.

Os fundamentos da doutrina luterana foram expostos na Confissão de Augsburgo em 1530 por um discípulo de Lutero, estabelecendo, então, as bases do luteranismo, como a salvação pela fé e a simplicidade no culto religioso.

Obs.: A imagem representa o reformador Martinho Lutero.


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