27 de setembro de 2009

Crises do Século XIV e XV

As crises do século XIV e XV surgiram durante a crise do feudalismo e as primeiras crises do recente capitalismo.

Ocorreram as crises de retração e a de desenvolvimento, após um período de crescimento econômico durante o renascimento do comércio e da vida urbana.

A crise de retração foi caracterizada pela paralização das atividades capitalistas, devido a ocorrência da Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e a fome:

Guerra dos Cem Anos: Estourou em 1337 e durou até 1453. O rei da Inglaterra, Eduardo III, neto do rei da França, Filipe, o Belo, perdeu o direito de ocupar o trono francês devido a Lei Sálica, a qual proibia descendentes por linhagem feminina de ocuparem o trono. Além disto, Eduardo III tinha grande interesse sobre a cidade de Flandres, grande produtora de lã. Portanto, decidiu invadir o norte da França.
Isto gerou uma verdadeira crise feudal, já que os camponeses se rebelaram, gerando as Jacqueries (revolta camponesa contra a nobreza, liderada por Jacques, o Simples); cavaleiros vieram à luta; e exércitos mercenários se formaram. Durante este contexto surge a figura de Joana d'Arc, que levou os franceses à luta. Ela se fingiu de homem para lutar contra os ingleses, e portanto, foi condenada à fogueira pela Igreja, por ser considerada herege. A França venceu a guerra, mas a nobreza estava arruinada, devido a devastação dos campos e da fuga dos servos.

Peste Negra: A peste se alastrou por toda a Europa, devido ao grande movimento comercial. A origem da peste está ligada aos próprios comerciantes que a trouxeram da Ásia e, principalmente, as péssimas condições de higiene nas cidades. Primeiramente, os judeus e o misticismo foram considerados culpados, afirmando-se que os mesmos trouxeram um castigo divino, revelando, então, o forte fanatismo religioso da época.

Fome: A fome se alastrou terrivelmente pela Europa, devido à ocorrência simultânea de guerra e peste, as quais devastaram o campo e arruinaram o sistema feudal. Servos conseguiram sua liberdade e terras foram arrendadas, além do pagamento em moeda aos trabalhadores para substituir o trabalho servil, pois os senhores não conseguiam manter a estrutura de seus feudos. A partir de então, o capitalismo acelerou-se e a crise fora superada com a expansão marítima a partir do século XV, as quais foram fundamentais para o crescimento da burguesia e da consolidação do Estado Moderno.

Com as crises anteriores superadas, surge a crise do desenvolvimento. O capitalismo deveria enfrentar agora o problema do crescimento. A população que havia caído pela metade, voltou a crescer e se tornou um vasto mercado consumidor, mas abastecer a todos seria muito difícil, pois os turcos haviam conquistado Constantinopla, grande centro comercial e entrada de produtos orientais para o Ocidente, além do esgotamento de metais preciosos e seu afluxo para o Oriente em forma de pagamento às mercadorias.

Obs.: A primeira imagem representa Joana d'Arc na luta e a segunda representa a Peste Negra.

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