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15 de setembro de 2009

Baixa Idade Média e Cruzadas


A Baixa Idade Média inicia-se no século XII e segue até o XV. É caracterizada pela transição do feudalismo para o capitalismo, além da ocorrência das cruzadas.

A partir da crise do feudalismo, nascem novos ideais econômicos, como a ideia do lucro, a economia de mercado e o processo de acumulação de capitais, os quais são elementos básicos do capitalismo.

A crise do feudalismo surgiu a partir do grande crescimento poupulacional. O sistema não era capaz de abastecer o grande contingente de pessoas, já que a economia dos feudos era de subsistência e havia poucas terras cultiváveis necessárias ao abastecimento de todos os indivíduos. Portanto, foi necessário modernizar as técnicas agrícolas para aumentar a produção.

O cresimento populacional além de estimular o aumento da produtividade, gerou um grande contingente de mão de obra ociosa. Portanto era necessário aumentar as fronteiras, surgindo, então, a ideia de que deveria-se tomar a terras dos infiéis (islâmicos) e ocupá-las em nome de Deus.

A crise do império Árabe, que fora dividido em califados conflitantes, levou a redução da expansão árabe na Europa e estimulou a reação cristã por meio das Cruzadas. O Mar Mediterrâneo, que era totalmente controlado pelos árabes, voltou a ser navegado pelos europeus cristãos, renascendo o comércio entre Ocidente e Oriente.
A partir de então, a sociedade feudal passou por inúmeras mudanças, como a chegada de produtos orientais desconhecidos; a falta de terras a serem divididas entre as famílias dos senhores, que levou os filhos a se juntarem a cavalaria; antigos servos viraram artesãos nos núcleos urbanos...

A forte religiosidade da época influenciou a formação de grupos para conquistar a terra santa (Palestina) e a cidade santa (Jerusalém), além da necessidade de combater os infiéis islâmicos, levaram a criação das Cruzadas.

As Cruzadas foram grandes expedições empreendidas pela Igreja, que pretendia conquistar territórios em nome de Deus. Ocorreram 8 Cruzadas, as quais foram marcadas por pequenas conquistas, que logo eram dissolvidas.

Estas expedições foram, afinal, um grande fracasso militar, porém trouxeram alguns benefícios para os europeus: A quebra da hegemonia árabe sobre o Mediterrâneo, o desenvolvimento comercial e o surgimento de cidades.
Obs.: A primeira imagem representa uma mapa das principais cruzadas, repare a ligação das linhas a região da Palestina. A segunda imagem mostra alguns cavaleiros templários, os quais tiveram ordem da igreja de lutarem nas cruzadas. A Ordem dos Templários durou dois séculos, já que a própria Igreja os dissolveu devido ao grande poder conquistado pelos cavaleiros.

25 de agosto de 2009

A Igreja Medieval


A única instituição sobrevivente da queda do Império Romano foi a Igreja Católica, a qual se distanciou muito de seus princípios durante a Idade Média.

Pode-se dizer que ela foneceu as bases teóricas para o funcionamento do feudalismo, tais como a razão da divisão social em camadas e da obediência ao senhor feudal, já que era dito que se você estivesse obedecendo ao seu senhor, você estaria obedecendo a Deus. Era, na verdade, um jogo de interesses da Igreja, já que a mesma sairia sempre beneficiada no final, porque ganhava doações diversas dos senhores feudais.
A Igreja Medieval foi uma grande proprietária de terras, considerada o maior senhor feudal da história.

Havia uma hierarquização em sua estrutura, que era dividida em alto clero e baixo clero: o alto clero era representado por bispos e abades, ou seja, os oriundos da nobreza; e o baixo clero por padres e monges, ou seja, os oriundos de camadas inferiores.

O interesse por riquezas dividiu o clero entre os elementos que tinham interesse em terras e poderes, os quais se afastavam dos ensinamentos de Cristo, que ficaram conhecidos como clero secular; e os que estavam em oposição, conhecidos como clero regular, formado por monges que viviam isolados em mosteiros, pregando um estilo de vida baseado no voto de pobreza, obediência e castidade.

Ocorreram algumas revoltas em mosteiros, como a de Cluny e Cister, em que era exigido o fim da interferência dos senhores feudais na escolha dos abades, que eram os superiores do mosteiro. A partir desses movimentos, surge a figura dos frades, um tipo de monge, mas ao invés de viverem enclausurados, viviam pregando a bondade, a pobreza e o ensino, dizendo que o objetivo da religião era buscar uma sociedade justa. Francisco de Assis foi quem melhor desenvolveu esta nova ordem.
* Percebe-se, então, que nem todos eram gananciosos na Igreja Medieval.


Neste mesmo período, o papa Nicolau II criou o Colégio dos Cardeais, com a finalidade de extinguir o cesaropapismo, isto é, a Igreja subordinada ao Estado.
Em 1073, o primeiro papa escolhida pelo Colégio dos Cardeais foi Gregório VII, o qual tomou diversas medidas proibitivas, como a investidura leiga, que é a nomeação de papas e bispos pelo imperador, exigindo sua vassalagem; o nicolaísmo, que é a vida irregular do clero, como o matrimônio e a vida mundana; e a simonia, ou seja, a venda de cargos eclesiásticos para autoridades leigas.

O imperador Henrique IV do Sacro Império Romano-Germânico discordou da proibição da investidura leiga, e acabou excomungado. O imperador teve, então, de se humilhar e pedir perdão ao papa.
Posteriormente, levou seu exércio para destituir o papa e indicou um novo, Clemente III. O conflito só acabou anos depois com uma assembleia, reunindo príncipes e o clero, onde decidiu-se que os bispos seriam vassalos dos reis.

Obs.: A primeira imagem representa um mosteiro medieval; a segunda, a obra "Sermão aos pássaros" de Giotto, representando São Francisco de Assis em contato com os animais; e por último, uma figura do papa Nicolau II, o criador do Colégio dos Cardeais.

24 de agosto de 2009

Sociedade e Política Feudal

A sociedade feudal era considerada estamental, isto é, uma sociedade onde não há mobilidade social, ou seja, uma pessoa tinha uma posição determinada pelo seu nascimento, sangue e tradição, e de foma alguma poderia mudar de posição. Por exemplo, um servo nasce servo e sempre será um servo; um nobre nasce nobre e sempre será um nobre.

Haviam três estamentos, representados pelo clero, nobreza e servos.
A Igreja alegava que isto era da vontade divina, segundo ela, Deus dividira a sociedade em três ordens: os que rezam (clero), os que lutam (a nobreza senhorial) e os que trabalham (servos e vilões). Havendo assim os que mandam e os que obedecem, respectivamente, senhores e servos.

Haviam outras camadas sociais como os escravos (poucos); ministeriais, que estavam a serviço do senhor feudal, administrando a propriedade, cobrando impostos e fiscalizando o trabalho servil; e os vilões, que eram antigos pequenos proprietários, agora sem terras, mas protegidos. Tornaram-se camponeses.

Os senhores podiam ser religiosos ou não, e seus servos eram presos à terra, deviam obrigações e tinham o direito de proteção do seu senhor.

As relações políticas da época eram baseadas na figura da suserania e da vassalagem. O suserano, que podia ser o rei ou o nobre, era superior ao vassalo. A inseguraça do período levou a uma relação direta entre o rei e os nobres, visando uma proteção recíproca, já que um dependia do outro.

O rei era sempre suserano e jamais vassalo, diferente do nobre, que era vassalo do rei e podia ser suserano de outro nobre com menos poder. Oficialmente, o rei era a autoridade política máxima, mas, na verdade, o poder se fragmentava entre os senhores feudais.
Assim, o suserano podia conceder um feudo ao seu vassalo, dar-lhe proteção militar, o direito de ser julgado em um tribunal de senhores, caso fosse acusado de algum crime... Em troca, o vassalo deveria abrigar seu suserano em seu feudo, caso este estivesse de viagem por perto, auxiliar militarmente, contribuir para cerimônias familiares do suserano...
Estas relações se estabeleciam pela Cerimônia de Investidura, em que era feito um juramento de fidelidade e um reconhecimento da superioridade do suserano.
* É importante ressaltar que o poder do Estado neste período era praticamente nulo, já que o poder estava dividido nas mãos dos senhores feudais.
Obs.: A primeira imagem representa um senhor feudal e sua família num feudo e a segunda representa uma Cerimônia de Investidura.

Formação do Feudalismo


A Idade Média inicia-se com a queda do Império Romano do Ocidente e termina com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453. Este período é dividido em Alta Idade Média (século V ao XII), caracterizada pela formação do Feudalismo e Baixa Idade Média (século XII ao XV), caracterizada pela transição do Feudalismo ao Capitalismo.

  • A origem da Idade Média está relacionada à ruralização da economia romana, devido às crises urbanas pela qual Roma estava passando. Com a redução das conquistas militares, houve uma grande queda do número de escravos, agravando a crise nas grandes propriedades. Para tentar solucionar o problema, antigos escravos libertos e camponeses livres passaram a trabalhar em uma nova relação de produção, conhecida como colonato, baseada no trabalho do colono, isto é, trabalhadores juridicamente livres, mas que eram presos à terra, pois cultivavam para o proprietário tendo direito a casa e um pequeno lote de terra. Com as invasões bárbaras e a alta dos preços alimentícios, hove um aumento do processo de êxodo urbano, ou seja, a saída da cidade para o campo. A população passava, então, a viver em villas, as quais eram um centro rural auto-suficiente, dirigidas por um senhor, o qual tinha grande poder sobre seus moradores.
  • A origem Medieval também está relacionada à expansão islâmica, que chegou até a Península Ibérica. Exerceu seu domínio nas regiões conquistadas e dominou o Mar Mediterrâneo. Isto impossibilitou o comércio europeu pelo mar, levando-os para o campo, firmando o processo de ruralização.
  • Os normandos, povos do norte, que ficaram conhecidos como vikings, invadiram fortemente a Europa, saqueando diversos lugares. Isto gerou medo entre a população, que foi buscar proteção nos castelos.
* Todos estes motivos citados acima levaram a população europeia a se refugiar nos campos, próximo aos castelos de senhores poderosos (senhores feudais), que lhe dariam proteção em troca da servidão dos mesmos. Por esta razão o poder central foi bruscamente reduzido e as villas tornaram-se verdadeiros feudos. Sendo assim estas, as características do período da Alta Idade Média.


Surge, então, o Feudalismo. A sociedade estava resumida no poder econômico e político do feudo, o qual era a unidade de produção, constituído, geralmente, por uma terra de extensão variável, podendo ser um castelo.

A economia feudal era baseada na agricultura e pastoreio, não havia a ideia de lucro e nem circulação monetária, haviam apenas trocas de produtos. A produção era auto-suficiente e baixa, atendendo apenas as necessidades dos habitantes.
As terras do feudo eram divididas em Manso Senhorial, de uso exclusivo do senhor; Manso Servil, as ocupadas pelos camponeses e Terras Comuns, formadas por pastos, bosques e prados.
Como o uso da terra era constante, o seu gasto era rápido, então, fora adotado um sistema de plantio que consistia em deixar uma parte da terra descansando durante um ano, depois de utilizá-la por dois anos.


Haviam diversas obrigações servis. Dentre as principais são:
Corveia - Dias de trabalho nas terras do senhor.
Talha - 50% da produção do servo era direcionada ao senhor feudal.
Banalidades - Imposto pago em produto pela utilização de benfeitorias do feudo, como moinhos, fornos e moradias.
Mão-morta - Imposto pago pelo servo quando arrendava terras, isto é, alugava terras para sua renda.

Obs.: A primeira imagem representa a vida típica da Alta Idade Média e a segunda imagem mostra um tradicional castelo medieval.