29 de outubro de 2009

Absolutismo Francês

No final do século XV e início do século XVI, a Monarquia francesa era uma das mais fortes na Europa. A França já possuía uma grande população e seu território estava em constante expansão.
Os reis franceses se preocupavam em expandir as fronteiras do reino, buscando organizar a corte e o poder central. Em torno deles estavam os conselheiros, príncipes, senhores feudais, bispos e militares, os quais deixavam suas propriedades para viver com o monarca.
A organização do poder real pode ser observada através do Conselho do Rei, órgão de grande importância que se ocupava de solucionar problemas relacionados à política interior e exterior. A maior dificuldade era exercer o poder nas províncias francesas, pois lá existiam diversos obstáculos, como a oposição dos senhores feudais, a liberdade que vinha desde a Idade Média, os privilégios adquiridos aos poucos pelas cidades e vilas e da distância que afastava as regiões, o que aumentava seu isolamento. Apesar disso, a organização progrediu.
A justiça foi melhorada com a criação de dois tribunais chamados Parlamentos, os quais limitavam a justiça dos tribunais feudais e eclesiásticos (do clero).
Em 1516, através da Concordata de Bolonha, o rei Francisco I ganhou o direito de nomear os bispos. A partir de então, o alto clero passa a ser controlado pelo rei.

Em 1520, os protestantes aparecem na França e seu número rapidamente cresce entre os burgueses e nobres contrários ao poder excessivo do rei. A partir de então, surgem várias guerras religiosas, já que a família de Guise, que exercia o poder, liderava o partido católico. Por causa destas guerras, o poder real esfacelou-se.
Com a ascensão do rei Carlos IX, menor de idade, as coisas se complicam. Sua mãe, a rainha Catarina de Médici, teve de conduzir a política equilibrando-se entre católicos e protestantes.
O casamento entre um príncipe da casa de Bourbon com a rainha protestante da casa de Navarra abriu a possibilidade de que o herdeiro, Henrique de Navarra e Bourbon, assumisse o trono. Com medo de uma conspiração, Catarina de Médici convenceu o filho Carlos IX de que os protestantes estavam conspirando contra o poder real.
Em 24 de agosto de 1572 desencandeou um massacre de dois mil protestantes, conhecido como Noite de São Bartolomeu.

Com a ascensão de Henrique III, irmão de Carlos IX, a liga católica de Catarina de Médici e a família de Guise permaneceu no poder. O novo rei mandou matar Henrique de Guise, provocando uma rebelião entre os católicos. Apoiado por Henrique de Navarra e Bourbon, líder protestante, Henrique III tentou reconquistar Paris, mas foi assassinado. Então, Henrique de Navarra e Bourbon assume o poder, mas para isso, precisou renunciar ao protestantismo, afirmando a memorável frase: "Paris bem vale uma missa". Terminando-se a dinastia de Valois e iniciando-se a dinastia dos Bourbon sob o nome de Henrique IV, quem concedeu liberdade religiosa com o Edito de Nantes.

Com a morte de Henrique IV, Luís XIII assume o poder e executa uma política de perseguição a quem colocasse em risco o poder real. Dessa forma atacou os protestantes, tirando-lhes direitos políticos e militares, mantendo apenas a liberdade de culto. Nessa época percurtiu-se na França a ideia de que o rei era o representante de Deus na Terra, estabelecendo-se o caráter divino poder real.

Aos cinco anos de idade, Luís XIV assume o trono. Por ser menor de idade, o cardeal Mazzarino controla a política, mantendo a França uma potência hegemônica na Europa. O cardeal teve de enfrentar conflitos internos, em que a burguesia parisiense e a nobreza lutavam contra sua excessiva centralização política.
Em 1661, Luís XIV assume as funções de rei e ministro. Foi auxiliado por secretários e pelo ministro das finanças, Colbert, que alcançaram o auge do Absolutismo francês. O rei era visto como o herói, protetor das artes, defensor da Igreja Católica, legislador e defensor dos fracos contra os fortes.
Luís XIV estimulou o desenvolvimento da burguesia e transferiu a nobreza para Versalhes, onde foi construído um palácio de extremo luxo. Conhecido como Rei-Sol, pois todos giravam ao seu redor, fortaleceu seu poder central, estimulou as exportações, abriu vias terrestres e fluviais, aumentando a comunicação. Em relação ao exterior, foi muito agressivo com seus vizinhos, pois buscava sua hegemonia.
Seu reinado pode ser resumido em sua afirmação: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu).
Obs.: A primeira imagem representa o Palácio de Versalhes, símbolo do Absolutismo e do luxo francês; a segunda mostra a Noite de São Bartolomeu; e a terceira, o rei Luís XIV.

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