19 de outubro de 2009

Ciclo Oriental - Portugal

Antes da formação dos Estados modernos da Espanha e de Portugal, a Península Ibérica fora ocupada por diversos povos que influenciaram a cultura da região. Foram encontrados vestígios de estabelecimentos comerciais dos fenícios; gregos e cartagineses, que disputavam o comércio de metais e peixe salgado; celtas, que ocuparam a região do século VI ao III a.C.. Os romanos dominaram a região, então chamada de Lusitânia, posteriormente, houve invasão dos germânicos. Em 711 d.C., chegaram os árabes ou mouros, que permaneceram ali durante 6 séculos.

Com a realização das Cruzadas cristãs, os mouros foram expulsos da Península Ibérica durante a chamada Guerra da Reconquista. A qual resultou na formação dos reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão, sendo o último, quem originou o Condado Portucalense, que formaria Portugal. A dinastia de Borgonha formou o reino português e posteriormente, com a Revolução de Avis, que promoveu a aliança entre rei e burguesia, formou-se uma Monarquia Nacional forte. Subia ao trono o rei D. João I da dinastia de Avis, quem apoiou os empreendimentos marítimos portugueses que transformariam o mundo ocidental.

Entre os países responsáveis pela expansão marítimo-comercial (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda), Portugal foi o pioneiro. Isto ocorreu devido a situação político-econômica e geográfica de Portugal:
  • Centralização política e formação precoce de uma Monarquia Nacional.

  • Paz interna, após a ascensão de D. João I ao trono.

  • Apoio estatal ao desenvolvimento dos estudos e das artes náuticas.

  • Posição geográfica privilegiada, já que se encontrava na rota Mar Mediterrâneo-Atlântico, atingindo o Mar do Norte e importantes centros comerciais, com portos de alto nível de desenvolvimento.
O objetivo da expansão marítimo-comercial de Portugal era desenvolver um ciclo oriental de navegações e descobertas, visando atingir o Oriente.

As descobertas e conquistas portuguesas iniciaram-se pelo litoral atlântico da África. Conforme conquistavam diversas regiões, foram anexando ilhas do Atlântico, como a ilha da Madeira e os arquipélagos de Açores e Cabo Verde, onde introduziram o cultivo da cana-de-açúcar, a pecuária e a mão-de-obra escrava negra, cujo sistema administrativo era o de capitanias hereditárias. Mais tarde atingiram a região de Angola e criaram vários pontos comerciais, chamados de feitorias, em que eram comercializadas especiarias e o tráfico negreiro.

Em 1488, Bartolomeu Dias alcança o extremo sul africano, o Cabo da Boa Esperança, mas só em 1498, Vasco da Gama chega a costa indiana. Em 1500 é organizada uma grande esquadra militar sob comando de Pedro Álvares Cabral, em tentativa de se formar um Império no Oriente. Nessa viagem o Brasil é descoberto, consolidando a hegemonia portuguesa no Oceano Atlântico.

Posteriormente, D. Afonso de Albuquerque, considerado o formador do Império Português nas Índias, consegue inúmeras vitórias no Oriente, abrangindo a região do Golfo Pérsico até a Indochina e Indonésia. Além de manter relações comerciais com a China e o Japão após a conquista da cidade de Macau.

Em 1530, o comércio português entra em declínio devido à corrupção administrativa, aos gastos militares excessivos e a queda do preço dos produtos orientais. No fim do século XVI, o Império Português ou Lusitano, já dominado pela Espanha, começa a ser invadido por outros povos e no século XVII é arruinado.

Obs.: A primeira imagem representa o mapa da Península Ibérica após a Guerra da Reconquista; e a segunda, o infante D. Henrique, o Navegador, o qual ficou responsável pelos estudos náuticos de Portugal. É atribuído a ele, a transformação da cidade de Sagres em um grande centro de estudos náuticos, conhecida como 'Escola de Sagres'.

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