28 de outubro de 2009

Expansão e Colonização Inglesa

A Inglaterra, juntamente com a França e a Holanda, inseriu-se num processo tardio das navegações, apenas no século XVIII. Diferentemente de Portugal e Espanha, que iniciaram suas grandes navegações no século XV.
De fato, a Inglaterra começou a colonizar o Novo Mundo no século XVII, mas suas terras eram pouco produtivas e pobres em recursos naturais, já que se localizavam em áreas de baixo interesse para o Mercantilismo da época.

Como já visto anteriormente, a Inglaterra perdeu para a França na Guerra dos Cem Anos e logo após passou por uma guerra civil, a Guerra das Duas Rosas, que só finalizou-se com a ascensão da dinastia Tudor, centralizando o poder nas mãos do rei. O Absolutismo, então, se consolidou durante o reinado dos Tudors.
Com a morte de Elizabeth I, a qual não deixou herdeiros, a dinastia dos Stuarts assume o trono e se envolve em vários conflitos com o Parlamento. Por um lado o rei queria manter o Absolutismo e por outro, o Parlamento queria limitar os poderes reais.
Por este motivo estoura a Revolução Inglesa: Puritana e Gloriosa. A qual colocou, definitivamente, a burguesia no poder da Inglaterra. Durante todo este período foi arriscado ficar na Inglaterra, muitos migraram para o outro lado do Atlântico para começar uma nova vida, o que impulsionou a colonização da América.

O processo de colonização inglesa iniciou-se durante o reinado de Elizabeth I, em que intensificaram-se as viagens pela América, onde os corsários realizavam saques e contrabandos. Lembrando que os corsários eram piratas autorizados pela rainha a exercer suas atividades. Em 1585, foi fundada a colônia Virgínia, em homenagem a "Rainha Virgem" (Elizabeth I), mas a experiência foi um fracasso, já que os colonos não resistiram aos ataques indígenas.

Durante o reinado dos Stuarts, a colonização efetivou-se com a criação de Companhias de Comércio, as quais possuíam o monopólio do comércio e da colonização do Novo Mundo.
Em 1620, a região próxima ao Canadá, chamada de Nova Inglaterra, foi efetivamente ocupada com a chegada do navio Mayflower, desembarcando puritanos que fugiam das perseguições político-religiosas.

As colônias passaram a expandir-se e foram divididas em Colônias do Norte, do Sul, e do Centro.
As colônias do centro eram conhecidas como "Terras de Ninguém", pois pertenciam à Coroa inglesa. Para evitar conflitos entre o Norte e o Sul. Como havia a ausência de colonos ingleses, os holandeses decidiram fundar ali a Nova Amsterdã (atual Nova York) e o Forte Orange. Isto gerou um processo de lutas entre holandeses e ingleses, que só finalizou-se com o reconhecimento holandês da hegemonia inglesa.

As colônias inglesas na América possuíam diferenciações econômicas entre si:
As do Norte e do Centro eram colônias de povoamento, caracterizadas pelo clima temperado, pelo desenvolvimento de pequenas e médias propriedades, pela policultura e pelo trabalho livre. Ali desenvolveram-se as indústrias manufatureiras e de peixe salgado, além do extrativismo vegetal. Por não serem tão cobiçadas pela Coroa, possuíam uma relativa liberdade de comercializar seus produtos com as Antilhas e a África, o que propiciou a acumulação de capitais, o desenvolvimento manufatureiro e o fortalecimento de uma burguesia na região.
As do Sul eram colônias de exploração, caracterizadas pelo clima tropical e subtropical, pela existência de grandes propriedades agrícolas (plantation), monocultura e trabalho escravo. Toda a produção era voltada para a Metrópole (Inglaterra).

As colônias norte-americanas possuíam um autogoverno, o que pode explicar o seu desenvolvimento, e tinham tolerância religiosa. Os governadores de cada colônia eram escolhidos pela Coroa, os quais geralmente saíam das elites locais, porém, seu poder era limitado pelas assembleias locais. A Coroa tinha o papel de monopolizar o comércio e criar moedas e leis que impedissem um alto desenvolvimento da indústria e navegação local, para evitar a concorrência entre metrópole e colônias.

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